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História & Cultura

Monumento às Mulheres Imigrantes

Informações do local

Estr. Rio Represo, 3299, Dona Francisca

São Bento do Sul/SC CEP:

Segue-se a história de como o “Monumento às Mulheres Imigrantes” foi idealizado e produzido em parceria entre poder público e sociedade civil para coroar com um lindo marco as comemorações dos 150 anos de São Bento do Sul.

O projeto inicial da obra foi desenvolvido pela arquiteta Shyarra Becker.

A obra baseou-se na pesquisa sobre as primeiras imigrantes, seu estilo de vida nos primórdios da colonização da cidade, seu papel na sociedade, seus trajes e costumes. Esta interpretação foi tomando forma pelas mãos do escultor José Cristóvão Batista, catarinense que conta com um acervo de mais de duas mil obras em vários países. Especialista em monumentos em concreto armado, suas obras já somam mais de 50 na região Sul.  Suas esculturas podem ser vistas em praças públicas de cidades dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

Enfim, um pouco de história. Como já sabemos, em 1873, a Companhia Colonizadora com sede em Hamburgo, na Alemanha, comprou as terras ao longo do riacho São Bento, onde se instalaram as 70 famílias de imigrantes oriundos da Bavária, Prússia, Polônia, Saxônia e antiga Tchecoslováquia, além de algumas famílias brasileiras. Num sistema de cooperação mútua, derrubaram matas, iniciaram suas casas e prepararam as primeiras roças, outros buscaram emprego na construção da Estrada Dona Francisca e assim fizeram nascer a Colônia São Bento.

Os 70 imigrantes pioneiros têm seus nomes lembrados no Monumento ao Imigrante, localizado na Praça Jardim do Imigrantes, no Centro da cidade, porém nenhuma referência, até hoje, havia sido feita às suas mulheres ou àquelas que vieram nas levas seguintes de colonização para as terras do planalto norte.

Para saber mais sobre a história das mulheres, iniciou-se uma pesquisa para que uma lista das imigrantes pioneiras pudesse ser fidedignamente compilada. A pesquisa envolveu material histórico, a exemplo dos livros já escritos sobre a história de SBS, como de Josep Zipperer, Carlos Ficker e Alexandre Pfeiffer, à extensa pesquisa realizada pelas historiadoras Maria Teresa Böbel e Raquel Thiago publicada em 2 volumes intitulados “Joinville os pioneiros”, assim como consultas a historiadores como o Prof. Antônio Dias Mafra. Nesta lide, se identificou que dos 70 pioneiros, 63 eram casados quando imigraram e que suas esposas, em sua maior parte, apenas chegaram a SBS no ano seguinte, 1874.

A listagem das 62 pioneiras ficou assim constituída:

1.   Albertine Selke                       
2.   Amalie Marschalk
3.   Anna Brokopf
4.   Anna Kaulfersch                                    
5.   Anna Lella
6.   Anna Rohrbacher
7.   Antonie Pawlowski                             
8.   Auguste Gutmann
9.   Auguste Natzke                   
10. Barbara Leck
11. Caroline Beckert                                     
12. Caroline Engler
13. Caroline Gutz
14. Caroline Ledebur
15. Caroline Lefke
16. Caroline Neumann
17. Catharina Ficka
18. Catharina Hintz
19. Catharina Peruszewski
20. Cecilie Zipperer
21. Charlotte Roeder
22. Elisabeth Hümmelgen
23. Elisabeth Zipperer
24. Ernestine Schröder                 
25. Eva Witt                                        
26. Francisca Czapiewsky
27. Francisca Pilat                
28. Friederike Hackbarth
29. Friedrike Grimm
30. Henriette Marre
31. Henriette Mielke
32. Henriette Neubauer
33. Henriette Schneider
34. Henriette Ziemann
35. Johanna Becker
36. Johanne Schröder
37. Johanne Sill    
38. Josephine Brezinski
39. Justine Zaszewski
40. Kascha Hereck
41. Magdalena Jelinski
42. Maria Konkel
43. Maria Turkmankiewicz
44. Maria Waldmann
45. Mariane Farolich
46. Mariane Hart
47. Marianne Dolla
48. Marie Bontzki
49. Marie Diedzier
50. Marie Harz
51. Marie Weyrzyn
52. Pauline Meyer
53. Pauline Schielein
54. Rosalie Küchler
55. Sophie Fuhrmann
56. Sophie Glade
57. Therese Duffeck
58. Therese Steiber
59. Theresia König
60. Wanda Marzatek
61. Wilhelmine Richter
62. Wilhelmine Rüske

 

A frase inspiradora, trazida na apresentação inicial da arquiteta Shyarra, trazia as palavras de Josep Zipperer, em sua obra publicada “São Bento no Passado”, de 1954, p.28 e 29:

É um compilado deste texto que vocês encontrarão na placa do monumento, assim como sua versão em braile e um QR CODE que levará ao site do Turismo de São Bento do Sul e à parte do texto que ora lhes é apresentado, escrito e falado.

Este texto poderá ser continuamente melhorado e mais dados da história das mulheres imigrantes poderão ser acrescentados, pois muitas mais mulheres vieram a São Bento do Sul nos anos seguintes a 1873 e 1874, de diferentes regiões da Europa, e esta homenagem se refere também a elas. Que todas as etnias das mulheres que formaram São Bento do Sul sintam-se honradas e homenageadas.

Os obeliscos são estruturas arquitetônicas antigas, que têm um significado simbólico profundo em diferentes culturas. Desde o antigo Egito até os dias atuais, os obeliscos têm sido usados como monumentos e marcos importantes, são conhecidos por sua beleza e imponência, e muitas vezes são considerados símbolos de prestígio, grandiosidade e conquista, além de serem utilizados como marcos para demarcar territórios e para orientação geográfica.

Essas três mulheres imigrantes, em seus trajes de época, representam a maternidade e a continuidade das gerações (mulher com a criança no colo), a feminilidade, o romantismo a vaidade feminina (mulher em vestido de baile e com uma rosa nas mãos)  e a  coragem e a força de trabalho que é representada pela mulher que carrega uma serra, esta peça fidedigna às serras utilizadas na época e item do acervo do Museu Municipal Dr. Felipe Maria Wolff.

Assim buscamos honrar nossas antepassadas, sua luta em uma terra distante de seu país natal, onde mantiveram a cultura e as tradições amenizando a saudade de seus familiares e amigos deixados além-mar e que, desta forma, constituíram a São Bento do Sul que tanto nos orgulha nestes 150 anos de história.

Por parte do poder público, o Monumento às mulheres imigrantes” representa mais um ativo cultural e turístico desta comunidade, assim como as casas típicas, a Sociedade Saegerhalle, a Casa Eichendorf e Estrada Imperial, entre outros valores da rota turística da imigração que precisam ser valorizados e receber investimentos para embelezamento, sinalização turística e infraestrutura.

 

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